No dia 21 de Maio, realizamos o nosso quarto (?) encontro na escola Alba Frota. De cara, acho importante frisar que, neste dia, minha energia estava mais baixa que o normal e a autoestima não estava das melhores. Me arrumando para o estágio, senti que seria um dia daqueles: nenhuma roupa que eu vestia ficava boa, meu cabelo estava mais rebelde que o normal e o sentimento que se dava era de não querer ser visto em público até eu melhorar. Porém, como nem todas as coisas acontecem da forma que queremos, tomei umas doses de coragem, vesti a camisa da minha banda favorita e segui rumo (agradecimento especial a uma colega minha que me motivou dizendo que logo mais eu estaria em casa de pijama pronto pra dormir).
Chegando alguns minutos atrasado, fui remanejado para sentar em um lugar diferente dessa vez. E logo ao chegar na sala, fui recebido com um: "Tio! A sua camisa é do Gorillaz? O senhor gosta do Gorillaz também?!"; e ao responder de forma positiva, ganhei um sorriso de orelha a orelha seguindo de um "que massa!" Ali mesmo eu já comecei a refletir: "beleza, talvez eu não tenha me vestido tão mal assim!". É nessas horas que a gente vê como pequenos elementos da nossa aparência viram ponto de contato com eles.
A aula seguiu o rito usual de toda quarta-feira: aula de português no primeiro horário, leitura de um texto e resolução de questões do livro. O que se destacou desta vez é que ajudamos mais ativamente algumas crianças que tinham dificuldades nos exercícios. Foi bem engraçado ver a cara de "espanto" da professora vendo o "Y" e o "S" entregando a atividade rapidamente após a correção. Auxiliando essas duas crianças a realizarem a devida atividade, pude perceber que uma delas nem ao menos tenta realizar a atividade por não compreender o enunciado da questão, ela prefere dizer que "não sabe ler" e aguardar a correção. E como a professora não consegue dar aquela atenção individualizada, acaba que essa situação passa despercebida.
Teve um momento um pouco delicado também: uma das crianças não pôde ir ao recreio como os outros, por conta de um comportamento anterior. Foi visível como isso a deixou chateada, e fiquei pensando em como essas pequenas punições impactam o emocional delas. Foi uma situação que me deixou reflexivo sobre as abordagens disciplinares dentro da escola. É sério que retirar um direito básico de uma criança ainda é visto como uma boa forma de demonstrar a relação entre ações e consequências? O que vem depois? Sem água pela tarde inteira?
Por outro lado, também teve leveza: enquanto estávamos no intervalo, uma criança passou por cada estagiário que estava sentado, contou cada um, deu um beijo no rosto e bagunçou o cabelo de todo mundo. Não sei o seu nome, e nem de que turma era, mas foi uma cena espontânea e cheia de carinho, que deixou todo mundo sorrindo e de coração aquecido.
No mais, ao retornarmos do intervalo, tivemos o último ensaio para uma apresentação de dia das mães, que irá ocorrer nesta sexta-feira. Esse momento serviu para me recordar das vezes que eu participei de coisas assim, porém, hoje eu fujo de qualquer tipo de exposição pública ou situações nas quais eu seja o centro das atenções. Em que momento eu comecei a ficar assim?
No mais, retornei pra casa após mais um dia de estágio, e até que não foi tão ruim assim. Saí do estágio com a sensação de que, mesmo nos dias aparentemente comuns ou desastrosos, sempre tem algo que ensina, emociona ou faz rir. Ansioso pelo que me aguarda no próximo.
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