O meu segundo dia, e terceiro de muitos. Imaginei que os alunos me estranhariam pela minha falta na semana passada, ingenuidade minha visto que não fizeram isso no primeiro encontro. Fui recebida como se estivesse todos os dias ali, isso ainda soa muito estranho, mas é confortante. Confesso que não tenho muito a dizer, foi mais do mesmo. Aula de português, a professora fez uma breve atividade de ditado e pediu para nós ( eu e minha dupla) corrigíssemos, e assim fizemos. Uma outra breve atividade de interpretação textual que foi interrompida pela diretora, a primeira pergunta dela foi: " professora, quem aqui precisa urgentemente de reforço?" A professora deu os nomes e assim eles saíram de sala e foram designados a outro lugar. Após isso ela começou a falar sobre algum conflito e a consequência que seria não ter intervalo por alguns dias, seguido de uma grande sermão direcionado a um aluno, lembro-me de uma frase: "Ele não tem mais o que fazer e foi ameaçar uma colega na saída do colégio". Me perguntei qual era o intuito dela com toda essa cena. Por que ela havia perguntado sobre aqueles que precisam de reforço na frente da turma, por que ela como uma profissional da educação estava tentando ridicularizar uma criança.. Mas logo deixei os pensamentos se esvair e assim deu logo a hora do intervalo. Houve um lanche coletivo do qual não participei pois preciso focar na dieta e diante disso eu foco no meu almoço e tento me desligar daquele lugar mesmo com tanto barulho. Após o intervalo houve um ensaio para o evento do dia das mães, no qual fiquei me questionando "mas não tinham feito o dia da família?" Mas me reservei no silêncio e observei a maneira como as professoras queriam fazer aquilo dar certo mesmo que no fundo dos olhos elas demonstrassem que não queriam estar fazendo aquilo, ou pelo menos foi a minha percepção. Por fim, voltamos para sala e adentramos no conteúdo de geografia, restavam apenas 50 minutos, então foi rápido e não muito rico, já se tinha pouco tempo e uma responsável abriu a porta ignorando totalmente a existência da professora e chamou uma criança para ir para casa, a sala se desorganizou e sem nenhum indícios dados pela professora que a aula havia acabado, porque não tinha acabado.. eles começaram a guardar o material e assim ela teve que encerrar de fato a tarefa, eles já estavam dispersos demais. Isso me fez pensar na luta diária que é ser professor(a), não somente lidando com seus alunos dentro de sala, mas também com os pais. Como queremos ter respeito dos alunos quando os responsáveis por eles demonstram que não precisa ter? É meio que lutar contra maré. Sinto que provavelmente serei a única com o olhar melancólico sobre o dia a dia. Por vezes me envergonho disso, mas se o relato serve para mostrar minha perspectiva, então essa é minha ótica.
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