No dia 28 de Maio, aconteceu o nosso quinto encontro na escola Alba Frota, o que indica que a frequentamos a esta escola há mais de um mês. Como o tempo passa rápido! No dia de hoje, nada de crises de autoestima, mas também nada de conforto. Resolvi sair um pouco do preto, e coloquei uma camisa do Palmeiras, um time que eu nem torço, mas simpatizo por conta do meu pai (spoiler: essa camisa foi motivo de surpresa, discussões e julgamentos).
Fiz minha rota habitual de cada encontro, cheguei na escola e o dia começou de maneira um pouco diferente do acostumado: a sala estava mais "silenciosa" do que o normal. Não se ouvia muita alteração de voz, levantar da cadeira despretensiosa ou algo do tipo. Contudo, não me deixei iludir, sabia que aquilo não iria durar muito tempo. Logo percebi que isso se devia à uma atividade avaliativa de Geografia que seria realizada. No entanto, a dinâmica da atividade surpreendeu — a professora disponibilizou as respostas no quadro e os alunos precisavam apenas abrir a página correta no livro. Foi interessante (e um pouco preocupante) observar que, mesmo com as respostas dadas, as crianças tiveram certas dificuldades em realizar a atividade em tempo hábil. Geralmente, a matéria de Geografia é trabalhada no segundo horário, porém, desta vez, foi realizada no primeiro, para que os pequenos tivessem mais tempo de realizar a atividade (o que funcionou até certo ponto, pois nem todos terminaram antes do intervalo e perderam alguns minutos preciosos em sala finalizando). Das dificuldades, percebi que muitos se dispersaram muito rápido, não conseguiam focar na atividade por sequer 5 minutos; alguns tinham dificuldade de entender o enunciado da questão, outros de encontrar a resposta mesmo procurando na página de referência. Apesar dos pesares, a grande maioria conseguiu finalizar tal atividade.
Durante o intervalo, vivi um momento curioso e divertido: uma das crianças veio me perguntar por que eu estava usando uma camisa do Palmeiras. A partir dessa simples pergunta, surgiu uma discussão saudável entre eu e algumas outras crianças sobre seus times de futebol. Foi uma troca leve, com brincadeiras, risadas e muita gritaria! Por conta do barulho e exaltação, não conseguimos manter uma comunicação mais serena, fazendo eu ficar até um pouco rouco por tentar acompanhar o tom das crianças. Algumas falavam: "Tio! O Palmeiras é muito ruim!" "O melhor time é o Flamengo!" Brincamos e discutimos sobre a temática, mas também com respeito pelas preferências uns dos outros. Achei muito positivo ver como o futebol, que muitas vezes pode gerar rivalidades, ali foi motivo de diálogo e convivência. Soube até que uma dessas crianças, que não é da minha turma, debochou um pouco dos times que eu torço, o que pode quebrar totalmente meu argumento anterior de respeito pelas preferências, mas tudo bem! Tenho esperança que ela vai aprender com o tempo a respeito.
Mais tarde, observei algumas crianças envolvidas na pintura de animais marítimos e de um submarino. Elas estavam animadas preparando o material para apresentar na feira de ciências da escola. A concentração e o cuidado com os detalhes mostravam o quanto estavam engajadas e empolgadas com o projeto. Entretanto, duas coisas me deixaram um pouco incomodadas ali. Primeiro, as crianças só tinham aquele momento em específico para focarem nos seus projetos? Foi notório que a professora simplesmente não conseguiu dar sua aula de português, pois, enquanto alguns estavam trabalhando em suas pinturas, as outras crianças ficaram curiosas e se dispersaram para observar o trabalho de seus colegas. E segundo: porque só os mais "habilidosos" estavam envolvidos no projeto de pintura? Infelizmente, não cheguei a perguntar qual seria, de fato, o projeto que irão apresentar, e se essas outras crianças que não estão participando, terão algum papel importante posteriormente. Contudo, acredito que um projeto que desse a oportunidade de todos contribuírem reforçaria uma identidade maior da turma com o projeto, trabalharia a união e fortalecimento dos laços, além de elevar a importância do incentivo à criatividade no processo de aprendizagem.
No geral, foi um dia tranquilo, mas cheio de pequenas interações significativas. Aos poucos, vou percebendo como cada momento no estágio contribui para a construção do meu olhar pedagógico — seja nas observações mais simples ou nas conversas espontâneas com os alunos. Tudo vira aprendizado.
Fiz minha rota habitual de cada encontro, cheguei na escola e o dia começou de maneira um pouco diferente do acostumado: a sala estava mais "silenciosa" do que o normal. Não se ouvia muita alteração de voz, levantar da cadeira despretensiosa ou algo do tipo. Contudo, não me deixei iludir, sabia que aquilo não iria durar muito tempo. Logo percebi que isso se devia à uma atividade avaliativa de Geografia que seria realizada. No entanto, a dinâmica da atividade surpreendeu — a professora disponibilizou as respostas no quadro e os alunos precisavam apenas abrir a página correta no livro. Foi interessante (e um pouco preocupante) observar que, mesmo com as respostas dadas, as crianças tiveram certas dificuldades em realizar a atividade em tempo hábil. Geralmente, a matéria de Geografia é trabalhada no segundo horário, porém, desta vez, foi realizada no primeiro, para que os pequenos tivessem mais tempo de realizar a atividade (o que funcionou até certo ponto, pois nem todos terminaram antes do intervalo e perderam alguns minutos preciosos em sala finalizando). Das dificuldades, percebi que muitos se dispersaram muito rápido, não conseguiam focar na atividade por sequer 5 minutos; alguns tinham dificuldade de entender o enunciado da questão, outros de encontrar a resposta mesmo procurando na página de referência. Apesar dos pesares, a grande maioria conseguiu finalizar tal atividade.
Durante o intervalo, vivi um momento curioso e divertido: uma das crianças veio me perguntar por que eu estava usando uma camisa do Palmeiras. A partir dessa simples pergunta, surgiu uma discussão saudável entre eu e algumas outras crianças sobre seus times de futebol. Foi uma troca leve, com brincadeiras, risadas e muita gritaria! Por conta do barulho e exaltação, não conseguimos manter uma comunicação mais serena, fazendo eu ficar até um pouco rouco por tentar acompanhar o tom das crianças. Algumas falavam: "Tio! O Palmeiras é muito ruim!" "O melhor time é o Flamengo!" Brincamos e discutimos sobre a temática, mas também com respeito pelas preferências uns dos outros. Achei muito positivo ver como o futebol, que muitas vezes pode gerar rivalidades, ali foi motivo de diálogo e convivência. Soube até que uma dessas crianças, que não é da minha turma, debochou um pouco dos times que eu torço, o que pode quebrar totalmente meu argumento anterior de respeito pelas preferências, mas tudo bem! Tenho esperança que ela vai aprender com o tempo a respeito.
Mais tarde, observei algumas crianças envolvidas na pintura de animais marítimos e de um submarino. Elas estavam animadas preparando o material para apresentar na feira de ciências da escola. A concentração e o cuidado com os detalhes mostravam o quanto estavam engajadas e empolgadas com o projeto. Entretanto, duas coisas me deixaram um pouco incomodadas ali. Primeiro, as crianças só tinham aquele momento em específico para focarem nos seus projetos? Foi notório que a professora simplesmente não conseguiu dar sua aula de português, pois, enquanto alguns estavam trabalhando em suas pinturas, as outras crianças ficaram curiosas e se dispersaram para observar o trabalho de seus colegas. E segundo: porque só os mais "habilidosos" estavam envolvidos no projeto de pintura? Infelizmente, não cheguei a perguntar qual seria, de fato, o projeto que irão apresentar, e se essas outras crianças que não estão participando, terão algum papel importante posteriormente. Contudo, acredito que um projeto que desse a oportunidade de todos contribuírem reforçaria uma identidade maior da turma com o projeto, trabalharia a união e fortalecimento dos laços, além de elevar a importância do incentivo à criatividade no processo de aprendizagem.
No geral, foi um dia tranquilo, mas cheio de pequenas interações significativas. Aos poucos, vou percebendo como cada momento no estágio contribui para a construção do meu olhar pedagógico — seja nas observações mais simples ou nas conversas espontâneas com os alunos. Tudo vira aprendizado.
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