quarta-feira, 24 de novembro de 2021

ESTUDANTE, PROFESSORI DE SI MESMI (Didaticx 08)

Neste texto, uso a letra "i" como recurso de linguagem neutra.

Enquanto nós, professoris, buscamos métodos, caminhos, para ensinar, is estudantes já têm sua própria maneira de aprender.

Faz tempo que não faço em sala de aula a atividade que vou compartilhar com vocês agora. Mas é uma atividade tão boa que sei que posso voltar a usar a qualquer momento: a descoberta de um método próprio de aprendizado e, consequentemente, de ensino de si mesmi.

Melhor ainda, você poderá realizar essa atividade com você mesmi e com alguém que esteja por perto agora. 

Nessa atividade, a primeira coisa que peço ais alunis, individualmente, é que listem, por escrito, três coisas que gostariam de aprender. Qualquer coisa. Não precisa estar associada a algum conteúdo da disciplina ou da matéria. Em seguida, cada estudante lê o que escreveu.

Depois peço que cada estudante liste, por escrito, três coisas que já aprendeu muito bem aprendido. Também pode ser qualquer coisa: tocar um instrumento musical, andar de bicicleta, o nome de todos os estados do Brasil, fritar um ovo, etc. Cada estudante depois lê para toda a turma o que escreveu.

Agora a coisa começa a ficar interessante...

Para cada coisa que aprendeu muito bem aprendido, cada estudante lista, sempre por escrito, três maneiras que usou para aprender aquilo. De forma que essas três coisas, juntas e em sequência, realmente sejam necessárias e suficientes para que tenha aprendido aquilo. Para ficar mais fácil de perceber como o aprendizado funcionou, cada item da lista deve começar por um verbo no gerúndio (final "ndo").

Vamos ver dois exemplos...

Primeiro. Um estudante aprendeu a andar de bicicleta. Ele aprendeu isso: 1) observando outra pessoa pedalar; 2) vendo alguns vídeos tutoriais na internet; 3) comprando uma bicicleta. Essa lista não atende o que foi pedido porque os três itens, juntos, não levam ao aprendizado. O estudante nem usou a bicicleta, então não pode ter aprendido a andar apenas usando essas três maneiras.

Segundo exemplo. Uma estudante aprendeu a falar inglês. Ela aprendeu isso: 1) pesquisando traduções de músicas; 2) vendo filmes em inglês sem legendas; 3) combinando a "hora do inglês" com uma amiga, em que elas, por 10 minutos diários, falavam entre si apenas em inglês. Essa lista é válida porque dá mesmo pra aprender inglês fazendo isso, combinando estudo e prática.

Enquanto is alunis estão escrevendo essas três listas, uma para cada coisa que aprendeu, passeio entre as carteiras, lendo o que estão escrevendo e indicando se cada lista é válida.

Quando todis terminam, divido a sala em grupos de três. Cada estudante compartilha suas listas, fazem perguntas e dão sugestões de melhoria umis ais outris. Geralmente, não há necessidade de que cada estudante compartilhe suas três listas (nove itens no total) com toda a turma. Basta compartilhar com seu pequeno grupo.

Nesse mesmo grupo, ou em outro grupo de três, cada estudante com o auxílio dis colegas tentará identificar três coisas comuns em suas três listas. Por exemplo, pode ser que nossa estudante que aprendeu inglês conversando com uma amiga também tenha aprendido os nomes de todas as capitais pedindo a uma amiga que, de vez em quando, do nada, lhe perguntasse o nome da capital de dois ou três estados. Então essa maneira de aprender na interação com uma pessoa amiga é algo comum a pelo menos duas listas dessa estudante. Cada estudante tem então uma nova lista de três itens com maneiras de aprender que se mostraram eficazes em mais de uma situação.

Em seguida, ainda no mesmo grupo, ou em um novo grupo, cada estudante vai tentar aplicar essa nova lista tríplice naquela primeira lista que fez das três coisas que gostaria de aprender, criando uma lista de três itens para cada coisa. Ela vai tentar, primeiro, adaptar os itens da lista de maneiras comuns de aprender, mas também pode incluir alguma maneira que era específica de algo que aprendeu. Lembrando que as listas precisam ser válidas, ou seja, precisam dar conta de realmente aprender aquilo que a pessoa gostaria de aprender. Eu passeando entre os grupos e is estudantes de cada grupo fazemos essa checagem a respeito da validade de cada lista.

Por fim, peço que cada estudante escolha uma das coisas que gostaria de aprender e que conte para toda a turma como aprenderá aquilo, indicando os três itens de sua lista.

A atividade pode se esgotar aí, mas podemos ir adiante, pedindo que is alunis realmente tentem aprender aquilo durante o semestre e reservando algumas aulas para que possam compartilhar o seu progresso com toda a turma. Das vezes que fiz isso, foi uma experiência bem rica, com pessoas compartilhando como superar a timidez, como ficar rico, como tocar violão... E, na última aula, fazíamos uma demonstração e apreciação dos resultados. Por exemplo, em determinada turma, comemos um pudim que uma aluna havia aprendido a fazer enquanto cantávamos junto com outro aluno que havia aprendido a tocar violão.

A descoberta do método, das maneiras como aprendemos bem algo e a atitude consciente de aprender novas coisas usando estratégias semelhantes é um grande presente que podermos dar a nós mesmos e que será útil para toda a vida.

*

E você? Como lida com as maneiras diferentes pelas quais is alunis aprendem?

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

MEMORIAIS DE VIDA E APRENDIZADO (Didaticx 07)

Neste texto, uso a letra "i" como recurso de linguagem neutra.

Vou compartilhar com vocês hoje o meu mais precioso tesouro didático. Se me dissessem:

— Eduardo, se você esquecesse quase tudo que já fez em sala de aula e pudesse guardar na memória uma única estratégia para voltar a reconstruir sua prática de ensino a partir dela, o que você escolheria lembrar?

Eu responderia:

— Os memoriais.

A ideia é simples: is alunis escrevem a história da sua vida. Conheci o uso didático dos memoriais por meio de meu querido amigo Paulo Barguil. Senti imediatamente que precisava usar aquilo em minhas aulas algum dia, sempre com adaptações, claro. O texto atual de solicitação do memorial é o seguinte...

O memorial deve ter três partes: 1) Um resumo da sua formação até o início do semestre atual (formação recebida da família, da escola, da religião e de outros grupos sociais, atividades de trabalho e lazer, gostos pessoais, etc.), com ênfase nas pessoas que lhe ensinaram algo; 2) Uma descrição do seu cotidiano atual de família/trabalho/estudo/lazer (como é o dia a dia, como organiza o tempo, qual a sistemática de estudo, quais as dificuldades para fazer a faculdade, etc.); 3) Objetivos e planos para a conclusão do seu curso e para o seu futuro (já ensina? Quer se tornar professor ou trabalhar na área educacional? Qual seu projeto de vida?)

No início, eu pedia de 6 a 10 páginas, indicando detalhes de formatação: margens, fonte, tamanho, espaçamento... Mas muitas pessoas não obedeciam, e eu só me estressava, então simplifiquei: 3.000 a 5.000 palavras em qualquer formatação. A princípio, eu só pedia texto. Mas depois que um dis alunis colocou algumas fotos, passei a pedir de três a cinco fotos, sendo pelo menos uma atual, outra da infância e outra da adolescência. As fotos também me ajudavam na memorização dos nomes dis alunis.

Geralmente peço o memorial no final da segunda aula, depois que já criei um clima de confiança com a turma. Is alunis têm uma semana para escrever e me enviar por e-mail. Na semana seguinte, devem trazer o mesmo memorial impresso para a sala de aula. A leitura dos memoriais é, geralmente, o momento mais intenso de trabalho do meu semestre: preciso ler centenas de páginas com grande teor emocional em apenas alguns dias. Leio por volta de três memoriais por hora e preciso ler entre 100 e 120 memoriais. Sofro e me alegro com as desventuras e aventuras dis alunis. Após cada leitura, respondo brevemente agradecendo ai aluni pela partilha de sua vida, me referindo a algo específico que li.

Além de me fazer conhecer a vida, os desafios e os sonhos de cada aluni, a leitura dos memoriais também me permite enxergar melhor os grupos sociais de que fazem parte. Embora cada trajetória seja única, elas se conectam de muitas maneiras, revelando sofrimentos e aspirações que são coletivos. 

Conhecer tão detalhadamente a realidade de mis alunis mudou minha forma de ensinar e mudou meu sentimento em relação ao ensino. Me tornou muito mais empático e flexível, logo criativo. Várias estratégias que estou relatando aqui no Didaticx surgem pela necessidade de lidar com a situação real dis alunis. Elis não são o estudante que fui: que morava tão perto da universidade que podia ir a pé, que vivia em uma família razoavelmente estável, que conseguiu uma bolsa de estudos logo no segundo semestre e que não precisava trabalhar em outra coisa para sobreviver.

O momento mais bonito dessa atividade acontece em sala de aula, quando is alunis levam seus memoriais impressos e eu comunico que lerão os memoriais umis dis outris. Uma ou outra pessoa resiste e eu digo que ela não é obrigada a compartilhar, mas que verá que as outras pessoas são tão humanas quanto ela. Quando na minha leitura prévia eu identifico memórias muito traumáticas, como abusos sexuais, antes de comunicar a leitura coletiva dos memoriais falo individualmente com a pessoa e antecipo a ela o que farei e que ela não precisa se sentir obrigada a compartilhar. Com as carteiras dispostas em um grande círculo, os memoriais passam de mão em mão. Se alguma pessoa não trouxe seu memorial ou não quis compartilhá-lo, ela forma par com outra pessoa e as duas leem juntas, pra que ninguém fique sem memorial na mão.

Após alguns minutos, eu pedia para que passassem os memoriais para a pessoa à direita. Mas, embora eu soubesse que não dava para todas as pessoas lerem o memorial de todas as outras em uma aula, eu estava insatisfeito das pessoas lerem apenas o início de cada memorial. Então criei o seguinte. Antes do início da leitura coletiva, cada pessoa deveria destacar, sublinhar ou marcar seis trechos de aproximadamente 5 linhas do seu próprio memorial, sendo pelo menos um trecho do passado, outro do presente e outro do futuro. Esses trechos funcionariam como um resumo do memorial. Durante a leitura coletiva, cada pessoas leria primeiro esses trechos destacados para só em seguida continuar a leitura do memorial do ponto que quisesse. Como leio os memoriais previamente, no dia da aula fico observando as reações dis alunis e, quando algumis delis param de ler, dou o sinal para que todis passem novamente os memoriais adiante. 

Quando pensei nessa atividade de leitura coletiva, fiquei com medo de ser muito monótona, com is alunis sentados, lendo, silenciosamente, durante 90 minutos, mas me surpreendi. Geralmente, is alunis ficam profundamente engajados emocionalmente e, quando digo para passarem o memorial adiante, vários exclamam "ah!".

Para o final da aula, reservo um tempo de 1 minuto para cada estudante (se forem 40 alunos, 40 minutos) e faço duas perguntas para cada pessoa, em duas rodadas, começando com:

— Como foi para você ler os memoriais das outras pessoas? Responda em até 30 segundos.

É difícil descrever, mas acho que vocês conseguem imaginar o espírito desse momento. Só de lembrar, me emociono. Das falas das pessoas, emerge uma profunda empatia, uma semente boa de amor mútuo. Sinto muitos preconceitos e estereótipos se dissolvendo naquele momento.

Em seguida, faço uma segunda rodada com a pergunta:

— E como foi para você ter seu memorial lido por outras pessoas? Responda em até 30 segundos.

Muitas pessoas falam do sentimento inicial de vergonha que vai aliviando na medida em que leem os memoriais das outras pessoas.

Saímos da sala com as almas lavadas.

*

Certa vez, uma aluna que era crítica das minhas aulas — dizia até que aquilo não era uma sala de aula, era um clube social — me falou o seguinte:

— Professor, o senhor sabe muito da gente, mas a gente sabe pouco do senhor.

Is alunis que não concordam com nossa metodologia são muito valiosos. De vez em quando, no meio das pedras, elis nos jogam uma pepita de ouro. 

A partir da observação dessa aluna, escrevi meu próprio memorial seguindo as mesmas orientações e o atualizo a cada semestre. Quando peço ais alunis que escrevam seus memoriais, disponibilizo meu memorial em formato digital online para quem quiser ler e levo impresso para a leitura coletiva.

Se você quiser ler a última atualização do memorial, do semestre em que teve início a pandemia, 2020.1, está disponível neste link: https://drive.google.com/file/d/1oU1Tit84InVqqm4YhtsXm9IQeG-eT1Ku/view

*

A chegada da pandemia interrompeu uma atividade complementar com os memoriais que eu experimentaria pela primeira vez: descobrir, junto com is alunis, as afinidades pessoais, familiares, religiosas, sexuais, profissionais... entre os memoriais. Sinto que há um potencial a ser revelado aí: criar ou ampliar, na turma, a consciência coletiva. Imagino até ser possível realizar a disciplina de Didática inteira a partir dos memoriais, partindo da experiência social concreta dis alunis e agregando reflexões teóricas. Não sei se um dia farei isso porque gosto muito de variar as atividades durante um semestre, mas é uma possibilidade.

*

E você? Costuma trazer a memória de vida dis alunis para a sala de aula, relacionando-a com a sua matéria ou disciplina? Como?

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

JOGANDO POESIA NA SALA DE AULA (Didaticx 06)

Neste texto, uso a letra "i" como recurso de linguagem neutra.

É incrível como pequenas coisas surgem, se desenvolvem e têm um impacto duradouro em nossas vidas. Ainda lembro que estava em um aniversário de família quando um primo me perguntou:

— Você conhece o Letroca?

Então ele me mostrou um joguinho de celular em que havia algumas letras embaralhadas e precisávamos formar um certo número de palavras, com pelo menos três letras, para vencer. Por exemplo...

Com as letras embaralhadas G D L A O E, podemos formar: gelo, galo, dela, loa, ela, lago, gelado, degola, legado, lado...

Fiquei imediatamente encantado pelo jogo. Jogava todo dia. Aí aconteceu algo estranho. Comecei a perceber, em muitas partidas, uma certa relação entre as palavras que eu formava. Como se as letras embaralhadas permitissem a formação de palavras próximas, amigas. E imaginei que poderia escrever um texto usando apenas essas palavras.

Foram precisas algumas adaptações: criar também palavras de uma ou duas letras, acrescentar acentos e pontuação, permitir que uma mesma letra pudesse ser usada mais de uma vez e, em vez de partir de letras soltas, começar com uma palavra-tema. Por exemplo...

M Ú S I C A

Formei as palavras: musa, usa, cia, uma, ímã, sua, mia, mica, cima, ia, cais, ai, ais, um, sim, mas, más, cisma...

E fui juntando essas palavras, e outras que foram surgindo apenas com as letras de MÚSICA, em frases, em versos, que resultaram neste poema:

Um ai,
um mais,
uma cisma.
Um ímã,
um cais,
uma musa.
Sim, música usa...
Música usa cisma,
música usa cais.
Música usa...
Música usa musa,
música usa ais.
Música usa...
Música usa ímãs,
música usa, sim...
MÚSICA, musica mais.

Fiquei encantado com a descoberta. Escolhia uma palavra, recombinava as letras e escrevia poemas. Experimentei também com pequenas expressões...

TÍQUETES DE TEMPO

— Tipo o quê?
— Sem tempo, sem tempo...
— Que te detém?
— Tem que tem que tem que.
— Tem o quê?
— Quepe, pique, tese.
— E se...?
— Pito e peste.
— Quem pode, pode. Podes?
— Teso, temo. E tu?
— Quieto, quieto.
— Que te deste?
— Tíquetes de tempo.

Eu havia encontrado um artifício que me permitia escrever mesmo quando não estava inspirado. Uma maravilha! 

*

Quando comecei a dar aulas na UECE, em 2017, resolvi aplicar didaticamente a ideia.

Na primeira aula, em vez de perguntar ais estudantes o que era Didática para eles, coloquei D I D Á T  I C A no quadro e expliquei para eles como funcionava: eles deveriam escrever um poema com palavras que tivessem apenas aquelas letras. Foi interessante, mas as palavras formadas com essas letras eram poucas e os poemas não ficaram tão bons.

Semestre a semestre, fui aperfeiçoando a ideia. Hoje faço assim...

Escrevo D I D Á T I C A   G E R A L no topo da lousa e uso dois terços do quadro com colunas indicando "1 letra", "2 letras", "3 letras", "4 letras", "5+ letras", "Pessoas ou lugares". Escrevo uma palavra em cada coluna, usando apenas letras da expressão DIDÁTICA GERAL: "é", "lá", "dia", "tela", "lagarta", "Cida". Deixo cinco ou seis pinceis perto da lousa e chamo is estudantes para escreverem palavras. Cada pessoa se levanta, pega um pincel, escreve uma palavra na lousa usando apenas as letras da expressão e se senta para dar oportunidade a outra pessoa. Mas a pessoa pode se levantar novamente quantas vezes quiser. Eu também participo, adicionando palavras de vez em quando.

Quando já temos um número razoável de palavras (nunca contei, mas por volta de 50), eu divido o terço restante da lousa em duas colunas e escrevo "Frases" no topo da primeira coluna. Escrevo também um exemplo, como "Dia a dia, ela ia". Peço então ais estudantes que, individualmente, em seus cadernos, combinem palavras formando frases. Podem ser usadas não apenas as palavras que estão na lousa mas outras de que eles se lembrem, desde que usando apenas as letras da expressão DIDÁTICA GERAL. Peço que cada pessoa escreva pelo menos dez frases. Circulo pela sala, lendo o que as pessoas estão escrevendo, me divertindo com as frases, apontando as palavras que não obedecem à regra e auxiliando quem tem mais dificuldade. 

Quando metade da turma fez pelo menos dez frases, passo para a fase seguinte da atividade. Formo pequenos grupos de três a seis pessoas, dependendo da quantidade de alunos da turma. Em cada grupo tem pelo menos uma pessoa que escreveu mais de dez frases e pelo menos uma pessoa que não conseguiu escrever nem dez frases. Assim pessoas com mais facilidade podem auxiliar pessoas com mais dificuldade. Peço que cada grupo use as frases que escreveram e outras que podem criar, sempre usando apenas letras da expressão DIDÁTICA GERAL, para compor um poema que termine com a essa expressão. E vou circulando pelos grupos, auxiliando quem precisa para que os grupos terminem a composição mais ou menos no mesmo tempo.

De vez em quando, vou também para a lousa e uso a última coluna para escrever meu próprio poema.

Quando todos os grupos terminaram, peço que, um por um, vão até a frente da sala e declamem, coletivamente o poema. Haja aplauso!

E foi assim que um joguinho de celular se transformou numa técnica de escrita criativa e depois em uma atividade interativa de sala de aula.

*

Compartilho com vocês alguns poemas que surgiram numa turma de 2020.1, pouco antes de passarmos para o modo remoto com a pandemia...

Ler até dar a largada
A dica era a letra
A letra é Arte
A arte da letra arde

Arde a real arte da ética
A real arte é cálida e cética
A tática da galera é a ideia literal
A larica da galera é Didática Geral

[autoria não registrada]

 

A atirada tia da recatada Érica dirige até a lateral da catedral a cada dia

TIC TAC

Érica irá até a tia e a alegria dela irá arder
A ética da Érica
A alegria da tia
A ética é rara
A arte é cara

Érica ria da arte da tia
Didática é arte
A didática de cada dia
Arte é didática
DIDÁTICA GERAL

(Aline, Danilo, Pedro, Raul, Tatiana)

 

A galera de Didática é legal
Recatada e largada era a real
Cada ida era alegria
Gerada dia a dia

A didática ideal
É a arte literal
Di-dar-ética a la carte
Didática geralarte

(Emily, Melissa, Raquel, Sergiane, Vicente)

 

A regra é clara
Cada dica dada gera arte
E a arte edita a regra
Regra reta
Regra errada

A regra é clara
Cada dica dada gera arte
E a arte cria ideia
Ideia clara
Ideia certa

Didática é arte
Arte da alegria literal
Arte da Didática Geral

(Amanda, Elano, Gabriela, Isabelle, Lindolfo)

 

Didática? Eita delícia!
Ela arde, ela é arte
Ela é tática e idade
Ela é dica e grita
A regra é clara e real
"A didática é geral!"

(Adelaide, Aurora, Filipe, Jennifer, Petrus)

 

Grata gera alegria
Crer e dar
Ler é alegria
A letra é dada até calar
Ralar até a tela ter arte
Dar arte a ela
Dar tática, dar ética
Dar a dialética tardia
E ria, e ria
A didática geral gera alegria.

(Cinara, Cinthia, João, Joelyza, Thaynara)

*

E você? Como leva e traz poesia em sala de aula?

*

Vou viajar nessa semana, então o próximo Didaticx fica para daqui a quinze dias.