Peguei pesado com meus professores de Psicologia da Educação. Sinto uma obrigação moral de reequilibrar a balança.
Contrapeso nº 1. Depois de ser aluno da Luiza, ter aulas com qualquer outra pessoa representaria uma decepção. Meus professores eram bem melhores do que o julgamento que se fixou em minha memória emocional.
Contrapeso nº 2. Eu era um aluno que ainda não conhecia a realidade da vida de um professor. Depois que comecei a ensinar, me tornei mais tolerante em relação aos meus colegas. Porque descobri que várias coisas influenciam o trabalho em sala de aula: situações de saúde, problemas pessoais, amorosos ou familiares, dúvidas quanto à escolha da profissão...
Contrapeso nº 3. Por ter tido um pai alcoólatra que fazia mais promessas do que podia cumprir, desenvolvi uma hipersensibilidade a incoerências. Precisei de algumas crises e de muito tempo de terapia para me reconciliar com ele. E faz apenas quatro anos que descobri que minhas críticas à incoerência alheia são uma expressão infantil da minha frustração com meu pai.
Então peço perdão a todos os meus professores, em especial àqueles dois primeiros da licenciatura. E agradeço pelas lições direta ou indiretamente aprendidas.
Eu sou um tanto de cada um de vocês quando entro em sala de aula.