Dia 14/05, Quarta-feira
Acordei naquele clima de "dias de luta, dias de glória" (valeu, Charlie Brown Jr.). Saí de casa ainda com a cabeça girando, sem saber se teria energia pra encarar o estágio. A noite anterior foi pesada, cheia de questões familiares que pareciam não sair da minha mente nem por um segundo. E, como sempre, a manhã foi uma correria no trabalho — parecia que o mundo inteiro estava em modo acelerado, menos o meu emocional.
Mesmo assim, decidi ir. Coloquei a bolsa no ombro, uma sacola GIGANTE de presentes na outra mão (spoiler: seriam trocados no shopping depois), e segui. Cheguei na escola pontualmente, no estilo "sobrevivente cansada, porém, presente". Entramos na sala e logo senti um clima diferente… as crianças estavam mais quietas, menos brincalhonas. Ou será que era só a minha percepção, distorcida pelo cansaço e pelos pensamentos que me acompanhavam?
Na primeira aula, a professora R conseguiu conduzir as atividades. Ela sempre chama a gente pra participar, a auxiliando de alguma forma, o que eu gosto bastante. Porém, ficou muito claro que os alunos ainda estão desenvolvendo aquele senso de responsabilidade: esquecem materiais, não fazem as atividades… algo que acaba atrapalhando o andamento da aula.
Já na aula de matemática, as coisas fluíram melhor. Eles estavam mais concentrados na atividade, e até nos divertimos — todos caímos numa questão de pegadinha. Foi leve, foi bom.
No fim do dia, eu e minha dupla estávamos prontas pra ir embora de Uber… até que abrimos o aplicativo e lá estava: R$31,00. Olhamos uma pra outra e rimos como quem aceita o destino. Pegamos o busão, em pé como sempre, cansaço batendo forte e a cabeça um pouco mais leve. E foi assim que encerramos mais um capítulo desse estágio: entre tropeços internos, crianças que surpreendem, e aquela certeza de que, mesmo nos dias difíceis, estar ali vale a pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário