sexta-feira, 30 de maio de 2025

UM DIA LEVE, COM SOTAQUES E LEMBRANÇAS (Larisse Sousa)

A rotina da sala do segundo ano B foi natural e como acontece de costume. Mas o dia pareceu ser mais leve e tranquilo, especialmente porque a professora demonstrava estar também mais serena.

Nesse dia, havia uma criança nova, que eu ainda não conhecia. Mostarda (nome fictício) me contou que havia viajado para Minas Gerais. Por isso, não havia vindo alguns dias anteriores.

Em um dos nossos momentos de conversa, perguntei se ele era daqui de Fortaleza, porque percebi um sotaque diferente na fala dele. Ele me respondeu que não, que era de São Paulo. Achei interessante pela forma como ele falava. Nisso, tivemos uma troca de falas, de sons e fonéticas da diferença do R quando falávamos. Ele, por exemplo, falava "doRmia", enquanto eu falava "dormia". E ele falou:

— É porque você fala o R mais fraquinho, eu falo o R mais forte.

Durante a tarde, eu e minha dupla, Bia, também ficamos responsáveis por mediar uma das atividades da turma, pois a professora havia nos pedido. Ela pediu para que explicássemos e fizéssemos junto a eles uma atividade do livro didático, que fizemos com atenção e cuidado.

Eu, pessoalmente, gostei muito de termos direcionado a turma, que, aliás, é uma turma muito acolhedora, com crianças espertas, ativas e cheias de graça. Acredito que foi super tranquila a nossa regência inusitada.

Ao final do dia, antes de eu ir embora, Mostarda fez um gesto carinhoso. Ele criou uma figurinha, escrevendo o seu nome e a sua idade no meu caderno. Ele recortou e colou na minha capa do caderno, como um gesto de lembrança, pois disse que logo viajaria de novo e eu já teria como lembrar dele.

Finalizei o dia com chave de ouro. Muito contente com esse dia específico.

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