Em uma tarde de quarta feira, do dia 30 de abril de 2025, ela, a estagiária, chegou em seu primeiro dia de estágio na escola. Um misto de ansiedade e alegria moviam seus sentimentos. Carregava consigo muitos objetos em sua enorme bolsa, já que se dividia entre o trabalho e a faculdade. Mas não só isso, trazia também uma bagagem de esperança, em que a vontade de aprender e de ensinar deixava mais leve o peso das responsabilidades. Como cada estágio é algo novo, a moça estava um pouco temerosa, mas ao mesmo tempo confiante, se é que dá para sentir essas duas coisas ao mesmo tempo.
Pois bem, ela e seu parceiro de estágio escolheram os anos iniciais e o professor os direcionou para uma turma do 1º ano. Ao chegarem na sala, pediram autorização para a professora, que gentilmente os recebeu, porém algo inusitado aconteceu. Eis que de repente, uma criança levantou de sua carteira e correu para abraçar a estagiária, como se já a conhecesse há muito tempo. A discente ficou surpresa, no entanto a professora regente foi logo dizendo: " Você nem sabe o que te aguarda com esse abraço, espere e verá!". A estagiária tentou entender a afirmação como algo descontraído, pois era seu primeiro dia na escola e começar com uma boa relação com as educadoras era o mínimo para retribuir a gentileza que estavam tendo em recebê-los. Com isso, a estagiária e seu amigo, ambos estudantes de pedagogia, entraram e sentaram em um canto da sala. Sentiram falta de uma apresentação por parte da professora, para que as crianças soubessem o porquê de estarem lá, mas isso não impediu que interagissem com os alunos que, por sinal, os receberam muito bem. A cada explicação a professora falava para os discentes como trabalhava os conteúdos com as crianças, o que transparecia uma atenção de sua parte para com eles. A estagiária percebeu os métodos da educadora um pouco tradicionais, mas ao mesmo tempo pensou que ainda era cedo para tirar conclusões. Também estava presente neste dia, uma professora auxiliar que dedicava sua atenção a duas crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Uma dessas crianças se aproximou da estagiária, e as duas começaram a conversar. Era uma menina, que andava pela sala e por vezes entrava em conflito com outra criança atípica, um menino. Assim, estando mais próxima das duas crianças atípicas, a estudante de pedagogia conseguiu dar atenção para elas, conversando e tentando fazer com que participassem de alguma forma. A discente notou que com um pouco mais de paciência essas crianças podem se manter mais calmas e mais abertas às propostas.
Mas, e a criança que abraçou a estagiária, onde estava? Estava lá, na sala de aula, se mantinha um pouco dispersa e se atrasando na tarefa. Percebendo isso, a discente ia ao seu encontro e conversava com ele, que se chamava Logan, vejam só, o nome de um super heroi. Assim, aos poucos, Logan voltava para a atividade. A professora de tanto pedir que esse aluno terminasse sua tarefa, o indagou: " E aí Logan? ainda não terminou a tarefa? O que eu faço contigo? Desse jeito vai ter que ficar de castigo, e ninguém vai te ajudar". Então, Logan apontou para a estagiária e disse: " Ela vai me ajudar, pois ela é minha protetora!, meu presente! A professora riu, com um olhar cordial para a estagiária, as duas se olharam sorrindo. A estagiária se sentiu lisonjeada, e acolheu o elogio da criança.
E foi assim, que no seu primeiro dia, a estagiária que ganhou o título de "PROTETORA", começou a vivenciar as realidades, as dificuldades e as alegrias de ser uma PROFESSORA.
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