quinta-feira, 29 de maio de 2025

QUADRIL, QUADREL, QUARTETO! (Ana Letícya)

Dia 28/05 – Quarta-feira 

O dia já começou no modo agitado nível hard, porque lá na escola onde trabalho estávamos em plena comemoração do Dia Mundial do Brincar. Resultado? Água, areia, lama… e uma professora meio enlameada esquecida de que o corpo humano precisa de hidratação! Quando finalmente lembrei que água não vem do espírito santo, fui encher minha garrafa e… surpresa: o galão já tinha virado lenda. Tive que dar uma passada estratégica no supermercado da frente antes do estágio, e claro que cheguei no limite do horário — tão em cima que a acolhida foi só um sorrisinho e um "boa tarde" pro professor.

Na aula de Ciências, os alunos estavam começando as vivências para a feira de ciências. Era possível perceber a intencionalidade na formação dos grupos, que foram organizados com base nos níveis de leitura e interesses — ponto pra professora! Até que, do nada, como quem anuncia que esqueceu o feijão no fogo, ela solta: "Ah, e hoje é meu último dia." Eu e minha dupla trocamos aquele olhar dramático digno de novela das 21h e um grito interno: "AAAAAAAAAAAA". O desespero bateu, mas a ficha nem caiu direito. A professora era super acolhedora com a gente, e claro, já começamos a pensar: "Agora é com a gente a feira de ciências?"  Pena que a gente ainda não desbloqueou a habilidade de prever o futuro.

A aula foi interrompida por uma atividade na quadra com o pessoal da fisioterapia. Ela conseguiu desenvolver só um tiquinho da proposta, e eu perguntei se essas atividades extras eram avisadas com antecedência. A resposta? "Sim, mas não sei o horário." Perfeito. A atividade envolvia desafios psicomotores, e os pequenos estavam super engajados (nada como correr, pular e suar pra motivar uma criança). Meu amigo P não quis participar e ficou de prosa comigo. Disse que ia fazer aniversário e eu, ligeira, já perguntei se eu seria convidada e se teria bolo. Ele respondeu que sim, porque eu merecia (óbvio), mas minha dupla não. Kkkkk. (Mais tarde ele reconsiderou e deixou ela merecer também. Generoso.) Teve até abraço comemorativo nosso (ÊÊÊÊÊ)

A atividade foi até o final da primeira aula, e depois do intervalo veio… rufem os tambores… a aula de Matemática! E PASMEM: sem interrupções, sem missão secreta, sem aniversários, nada! A aula aconteceu do início ao fim, um verdadeiro milagre pedagógico. A prof pediu que formassem duplas, mas ainda tinha uns alunos em quarteto. Começou a discussão:

– "Professora, ali tá em quadril ainda!"

– "Que quadril, cara? É quadrel!"

GENTEEE… pensando bem, faz muito mais sentido trio, quadril… quem foi que inventou "quarteto"?

Durante a aula, eles fizeram uma atividade diagnóstica para que a professora pudesse observar as dificuldades da turma e corrigiram as atividades. Também sentamos com a professora para conversar sobre os conteúdos que vêm por aí e começamos a organizar nossas futuras intervenções.

Depois de um dia desses — com banho de lama logo cedo, notícias bombásticas e questionamentos linguísticos sobre quadril x quadrel x quarteto — só me resta aceitar que na escola, cada dia é um episódio novo. E que venha o próximo capítulo, com ou sem água na garrafa, mas sempre com caos, risadas e muito aprendizado.

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