sexta-feira, 13 de junho de 2025

ROUBO OU ESTRATÉGIAS? (Gabriel Costa da Silva)

Durante o estágio desta semana, vivenciei mais uma experiência marcante na sala de aula. No dia 11/04 aconteceu mais um dia de regência no 5° B da Escola Alba Frota. Sem sentimentos ruins hoje, senti que estava pronto pro que viesse e que ia dar tudo certo. No primeiro tempo da aula, minha dupla e eu aproveitamos o momento para ensaiar e finalizar os preparativos da nossa regência, que seria realizada no segundo tempo. Aproveitamos esse momento para alinhar as funções de cada um, revisar as regras da atividade e garantir que tudo estivesse pronto.

No segundo tempo, colocamos em prática a atividade planejada, que consistia em uma brincadeira envolvendo a formação de palavras a partir de sílabas soltas. Com a ajuda da professora regente — que, por conhecer melhor a turma, contribuiu bastante nesse processo — dividimos a sala em duas equipes.

Explicamos as regras com clareza e demos início à atividade. Logo percebemos uma diferença no engajamento das equipes: enquanto uma delas participou com muito entusiasmo, na outra apenas alguns alunos se mostraram interessados. Ainda assim, foi possível observar momentos de bastante envolvimento por parte dos pequenos. Ainda assim, algo que me chamou atenção foi a veia competitiva da turma, especialmente entre os alunos mais engajados. Eles demonstraram um grande interesse em vencer e em pontuar, o que, na minha percepção, é um potencial que vale a pena ser explorado pedagogicamente. A própria professora comentou que eles adoram jogos, então senti que seria um desperdício não aproveitar esse recurso em sala de aula de forma intencional e educativa.

Algo que chamou minha atenção foi a forma como algumas crianças começaram a modificar ou reposicionar as sílabas disponíveis para tentar encaixá-las em palavras possíveis. Pude perceber que, mesmo de forma espontânea, estavam traçando estratégias para formar o maior número de palavras — o que demonstra pensamento lógico e criatividade. A dúvida que permaneceu no ar era se aquilo era permitido ou era "roubo". Eu, particularmente, preferi acreditar que se tratava de uma estratégia muito bem pensada para ampliar suas possibilidades e pontuar mais e, ainda que de forma espontânea, um certo raciocínio linguístico criativo.

Foram formadas palavras corretas da língua portuguesa, mas também algumas que não existem oficialmente, ou que eram aproximações de palavras reais. Isso gerou algumas discussões curiosas entre os alunos sobre o que "vale" ou não como palavra, e permitiu pequenas intervenções pedagógicas durante a dinâmica. A professora caiu na gargalhada quando viu a minha equipe escrever "cachalhota" (um possível animal marítimo ainda não descoberto segundo eles) e cochalho (que na verdade era pra ser chocalho, aquele brinquedo para bebês).

Ao final, o placar ficou em 72 a 51, se não me falha a memória. A contagem dos pontos acabou ultrapassando o tempo previsto para a aula, o que fez com que algumas crianças saíssem da sala antes do encerramento. No entanto, outras fizeram questão de permanecer até o fim, ansiosas para saber se sua equipe havia vencido.

Essa experiência foi muito rica e me fez refletir sobre o papel do lúdico na aprendizagem, o engajamento dos alunos e as diferentes formas de participação dentro da mesma sala. A atividade cumpriu seu papel pedagógico e também me proporcionou um aprendizado valioso sobre condução de grupos e adaptação de estratégias conforme o andamento da aula.

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