sexta-feira, 6 de junho de 2025

A QUARTA DA PRESSÃO BAIXA (Milena)

Mais uma quarta de estágio que começou, como sempre, comigo indo almoçar no RU. Mas acabei mordendo um pedaço de osso que deixou meu dente sensível e não consegui almoçar. Conversei com a Hanna que estava triste com o trabalho e comentou não ter almoçado também. Resultado: foi basicamente a quarta da pressão baixa! Passamos o primeiro tempo inteiro reclamando de fome.

Assim que cheguei, a Larissa me pediu ajuda para montar o painel e organizar a sala para a feira de ciências que aconteceria na quinta-feira. Enquanto eu montava o painel, que ocupava uma parede inteira, ela escrevia a agenda no quadro.

Como estávamos reorganizando a sala e as crianças ficaram mais livres nesse momento, a turma ficou bastante agitada. A Larissa tentava acalmá-las usando métodos, claramente inspirados em práticas freirianas, dizendo: "Quem fizer barulho, vai entrar um mosquito na boca." Rimos da situação e comentei que achei muito construtivista. Brinquei que, na minha época, diziam: "Lá na serra tem uma vaca podre, quem falar vai comer." Ela riu e respondeu que, se eu colocasse isso no relatório, ela negaria.

Acredito que, naquela tarde, várias turmas estavam preparando as salas temáticas para a feira de ciências, porque até o Infantil 5 (a sala da frente), que costuma ser bem silenciosa, estava bastante barulhento. Como a porta estava aberta, dava para ouvir os gritos da professora. Em tom irônico, e ainda na vibe da nossa conversa, a Larissa comentou: "Tá vendo?! Aqui todo mundo é freiriano... construtivista." 

A Hanna se juntou a nós na decoração da sala e apesar de ser um momento de trabalho também foi um momento de descontração. Terminamos de organizar a sala ainda no primeiro tempo e a Larissa mostrou a sala para algumas professoras e comentou orgulhosa que eu e a Hanna éramos maravilhosas e tínhamos ajudado ela.

No segundo tempo, a professora comentou que, na próxima quarta-feira, as crianças farão a avaliação mensal de acompanhamento do nível de leitura e escrita. Ela já havia falado sobre essa avaliação e tinha explicado que as palavras são sempre novas e só são reveladas no dia. Porém, desta vez, parece que as palavras tinham vazado, o que deixou a Larissa indignada, porque algumas delas eram bastante difíceis para as crianças, como "fogueira" e "bandeirinhas".

Para trabalhar a familiarização dessas palavras com as crianças ela desenhou as imagens correspondentes na lousa e pediu que as crianças escrevessem o nome de cada uma. Elas tiveram bastante dificuldade justamente nestas duas palavras, escrevendo "bãodeirinhas" "banderias" e similares; o som do GUE também era difícil para as crianças.

No geral foi uma tarde bem tranquila, e agora estou curiosa para ver como será a próxima quarta-feira com essa avaliação das crianças.

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