*Só explicando o título do relato, essa é a minha música motivacional preferida.*
Quarta foi a nossa primeira intervenção no 3°ano B. Eu estava um pouquinho ansiosa e com medo. Mesmo já tendo trabalhado com crianças da mesma faixa etária na igreja, estava preocupada se elas, no contexto da escola, iam gostar da proposta, se iam querer participar e etc. Esse tipo de sentimento me acompanha desde a infância e até hoje eu luto contra o tal medo da rejeição. "E se eu falar algo errado? E se eu for fria demais ou for escandalosa demais?" - são frases que a minha mente não cansa de repetir. Acho que as crianças não sabem que os adultos também sentem medo, afinal, odiamos admitir isso.
Pois bem. A professora Amanda nos contou que nesta quarta eles iniciariam o conteúdo de multiplicação, ela ia começar explicando de uma maneira simples e ir desenvolvendo aos poucos. Então, nossa proposta foi levar continhas simples de multiplicação escritas numa folha, que seria grudada no quadro e teria um chocolatinho preso na frente da folha. Antes de iniciar, fizemos alguns combinados e explicamos como funcionaria: a criança ia até a frente, escolhia um papel e fazia a conta. Se ela acertasse poderia pegar o bombom, se não acertasse, voltasse pro seu lugar e esperasse um pouco, porque teria oportunidade de tentar mais uma vez. Além disso, também explicamos que o objetivo da atividade não era mostrar quem era o melhor, mas sim exercitar aquilo que eles estavam aprendendo.
Começamos e foi bem interessante ver a participação deles: alguns não quiseram ir de início, outros fizeram a conta bem rápido e outros precisaram de uma forcinha, mas no fim, todas as crianças participaram. No meio da proposta aconteceu de um dos meninos errar a conta e ficar bastante chateado, então, para mostrar que ninguém ficaria sem chocolate, entregamos logo o dele, porém, ele quis voltar e tentar de novo, mesmo não ganhando mais um chocolate por isso e, nossa, foi tão legal ver os olhinhos dele brilhando depois que percebeu que conseguia fazer aquilo. De quebra, uma das meninas veio falar comigo, respirou fundo e disse:
- "Nossa, tia. Eu pensei que não fosse conseguir."
- "Mas você conseguiu, né?" - respondi.
(Nessa hora eu me senti como Will Smith em "À Procura da Felicidade" quando ele diz "Essa parte da minha vida, essa pequena parte, chama-se... felicidade." 🤭)
Bem, espero lembrar desse momento quando eu sentir medo de novo. Eu sei que toda emoção é útil (eu assisti Divertidamente), mas quando eu precisar de coragem, essa memória vai ser um bom incentivo.
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