Na primeira, proposta pela Renata, com tantas cadeiras quanto o número de participantes, tínhamos alguns segundos para sentar após a música parar, primeiro de olhos abertos, depois de olhos fechados.
Na segunda variação, proposta pelo Sadrak, com tantas cadeiras quanto o número de participantes, começávamos sentados, levantávamos com a música e, quando ela parava, também tínhamos alguns segundos para sentar novamente mas ao lado de pessoas diferentes das que estavam à nossa direita e esquerda no início.
Depois experimentamos a variação proposta por mim, com uma cadeira a menos que o número de participantes. Ao final da primeira rodada, a pessoa que não conseguiu se sentar numa cadeira deveria se sentar no colo de alguém e ninguém deveria tocar o pé, ou qualquer outra parte do corpo, no chão. A cada rodada, uma cadeira era removida e o processo se repetia. Foi chegando mais gente e o desafio final foi acomodar 15 pessoas em 5 cadeiras sem encostar os pés no chão. Todos venceram! Muita diversão e gargalhadas.
A leitura dos relatos que se seguiu, como de costume, é uma espécie de dança das cadeiras cooperativa. A cada rodada, temos um par de relatos a menos e precisamos nos colocar no colo dos relatos que ainda restam ser lidos. Fazemos poses estranhas, as experiências de um relato começam a se misturar com as experiências de outros, a mistura vai ganhando em complexidade com os comentários e as reflexões.
Eu sinto a leitura dos relatos de experiência como uma nova experiência que, geralmente, me coloca em estado de fluxo (flow).
Fonte: https://blog.runrun.it/estado-de-flow |
Existe o desafio de ficar sentado numa cadeira escutando alguém falar, de absorver uma série de informações sobre situações, ações, pensamentos e sentimentos que são narrados, de lidar com a complexidade de articular essas informações dando-lhe um sentido... E existe a habilidade necessária da atenção (para realmente ouvir o que está sendo dito), da paciência (para esperar nossa vez de falar), da empatia (para se colocar no lugar tanto de quem está relatando quanto das pessoas envolvidas no relato), da imaginação (para transformar palavras lidas em imagens em movimento)... Quando consigo mobilizar essas habilidades, me sinto fluindo, envolvido pelos relatos, me divertindo, gargalhando, sofrendo, me surpreendendo.
Quando crianças, brincamos. E podemos continuar brincando durante toda a vida. Mas, como adultos, também podemos encontrar e criar outras formas de estarmos completamente no presente, nos sentindo plenos, concentrados, leves... Alguma situações da vida nos pesam e dificultam essa escolha, mas continua uma escolha: mobilizar habilidades para lidar com desafios.
Até a próxima dança dos relatos. 😉
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