quarta-feira, 4 de junho de 2025

MEDI CADA CENTÍMETRO, MAS QUEM MAIS CRESCEU FUI EU (Emily Karoline Freire Gomes)

Dia 04/06/2025

Cheguei na escola com aquela velha sensação de calor intenso, como se a pele estivesse derretendo e o corpo, desfalecendo. Após o sinal, seguimos para a sala, cheios de expectativa, pois — como comentei no relato anterior — a professora Rosa se aposentou (muito merecido, inclusive: fogos de artifício para ela!) e a sala ainda estava no processo de receber uma nova professora.

Para nossa surpresa, chegou a professora M. Ela ainda está tentando estabelecer uma boa comunicação com os alunos, que, como sabemos, podem ser bem difíceis quando querem (coisas da idade!). Como a professora ainda está se adaptando, percebemos que o conteúdo registrado em seu diário estava um pouco defasado. Avisamos que eles já haviam avançado e, então, retomamos o tema dos microrganismos.

Falamos sobre doenças causadas por vírus e, de repente, a professora comentou sobre as dificuldades de usar óculos com máscara durante a pandemia, por conta do embaçamento das lentes. Naquele momento, parei e refleti: nenhum aluno da sala usa óculos!

Logo, começaram a falar sobre a vacina e, em meio à conversa, a aluna A. disse: "Eu gosto de ir ao hospital para colocar acesso". Fiquei surpresa e pensei: como assim? Sempre que vou ao hospital, só em último caso, encontrar minhas veias é quase um quebra-cabeça!

No fim da aula de Ciências, a professora liberou os alunos para brincadeiras no quadro e sugeriu que, nós, estagiárias, ficássemos com eles nos últimos 15 minutos de todas as aulas, sempre realizando um momento de brincadeira conduzido por nós. Achei curioso — ela não especificou se as brincadeiras precisariam ter relação com o conteúdo, mas enfim…

No intervalo, fiquei um pouco apreensiva, pois logo teríamos nossa regência. De repente, uma menina passou por mim, disse "Oi, tia!" e me deu um beijo na cabeça. Aquilo me tranquilizou um pouco. Acho que o nervosismo vinha do fato de haver duas pessoas "estranhas" ali observando nossa prática — é como nós, estagiários, quando chegamos na sala da professora: nós somo os "estranhos" a observando.

Hoje tivemos nossa primeira regência. Estava apreensiva; é muito diferente dar aula apenas para as crianças, e outra coisa é ter mais duas pessoas, além da sua dupla, observando cada movimento.

Nossa atividade estava relacionada às medidas de comprimento. Levamos régua e dois tipos de trena para os alunos explorarem, já que esse é um material escasso e pouco presente no cotidiano deles. Foi muito interessante perceber as dúvidas surgindo, a curiosidade na exploração do material, a cooperação entre eles, o entusiasmo… Eles mediram objetos pessoais e passaram a explorar, com outro olhar, o ambiente da sala de aula — um espaço onde passam bastante tempo.

Notei que eles tinham dificuldade, especialmente ao manusear a trena, por ser um objeto com um modo de uso diferente, o que confundia um pouco suas cabeças. Mas isso não os impediu de fazerem suposições, sempre com muitos risos, dizendo: "Agora quero medir tal coisa!", "Agora vou medir tal pessoa!". Lembrei de um momento em que a aluna N. falou: "Tia, vou usar as réguas para medir a L.; vou precisar apenas de duas réguas!", já que a colega era pequena. Enfim… o modo como eles interagiam era muito espontâneo — claro que, em alguns momentos, os corrigimos. Até a aluna L. comentou: "Tia, tá vendo? Aqui é muita loucura!".

Como também estávamos introduzindo o tema das transformações de unidades de medida — algo ainda muito inicial para eles —, algumas partes da regência foram bem desafiadoras.Gostei bastante! É uma turma participativa, que sempre pergunta, coopera e faz o que é solicitado. Foi um dia cheio de aprendizados — para eles e para mim.

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