quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Onde dói em quem pergunta?

— Mestre, alguém já morreu nessa situação?

— Você está com medo de morrer agora?

— Sim, mestre.

— Não, ninguém morreu nessa situação.

Quando ouvi esse diálogo, eu soube que estava diante de um mestre. Quem senão um mestre seria capaz de perceber, para além da pergunta, a dor em quem a formulou?

Já faz mais de dez anos que presenciei essa conversa e ainda busco, como professor, desenvolver essa habilidade de percepção. Sem muito sucesso até aqui.

Lembrei muito disso durante os primeiros SOS Didática, em que junto com o prof. Valdinar e outri professori convidadi buscamos auxiliar pessoas que estão passando por situações didáticas difíceis. Após cada encontro, me pergunto: respondemos apenas as perguntas explícitas ou conseguimos também tratar da dor de quem questionou?

O feedback de alguns indagadores, que são mis alunis, indica que às vezes sim, às vezes não. E o exercício continua. Ainda tenho mais alguns SOS Didática este semestre para aprender a responder uma pergunta com maestria.

5 comentários:

  1. Nossa! Nunca tinha pensado sobre isso. De fato, é preciso entender o que vai além das palavras e do que os olhos podem enxergar.

    ResponderExcluir
  2. Além da sensibilidade, vale também a empatia e isso eu sei que o Dedicatário tem expressado perfeitamente!

    ResponderExcluir
  3. Ops! "Didaticário" kkk culpa do meu tradutor! Ou minha mesma por não ter conferido a escrita depois de postar rs. Estou aprendendo.

    ResponderExcluir