Para Paulo Freire, educar é um ato de amor. Para Paulo de Tarso, a primeira característica do amor é a paciência. Logo, de Paulo a Paulo, educadores precisam ser pacientes.
Paciência histórica, em primeiro lugar, porque como canta Lulu Santos, "assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade". Muitos dos grandes problemas da educação, que vivemos diariamente em sala de aula, não serão resolvidos no tempo da nossa existência individual.
Paciência com nossos colegas professores, que às vezes parecem nos atrapalhar, mas que estão apenas tentando fazer o melhor que podem da maneira que pensam que é a melhor. Entre otimistas ingênuos e pessimistas ainda longe da aposentadoria, estamos tão bem servidos quanto Dorothy ao chegar no mundo de Oz.
Paciência com a gente mesmo, pois não somos melhores que nossos colegas. Também somos incoerentes, egoístas, vaidosos, autoritários, escorados, canceladores, inconvenientes... tudo isso enquanto achamos estar fazendo a coisa certa pelo bem de nós mesmos, dos alunos e da educação.
Paciência com nossos estudantes que, na Educação Básica, são obrigados a ir à escola, desenvolvendo a partir disso toda sorte de resistências. E que, na Educação Superior, que supostamente escolheram, ainda demoram a assumir a autonomia do próprio aprendizado.
Paciência ainda com pais, parentes, amigos e namorados de nossos estudantes, que por vezes tomam as dores deles e, sempre com a melhor das intenções, também enchem o saco.
Enfim, educadores, precisamos fortalecer nossa paciência amorosa e ativa. Não apenas suportar os outros e a nós mesmos, mas procurar compreender e melhorar, pouco a pouco. Na maioria dos casos, veremos apenas as pequenas mudanças, mas esperancemos para que nossos netos e bisnetos possam colher os frutos da paciência que estamos plantando agora.
“Educar antes de tudo é mobilizar o aluno para que
ResponderExcluirse torne um aprendiz” ( Perrenoud, 2000)
Aprendiz de si mesmo!O fato é que provavelmente todos tenhamos certo medo de deixar o nosso verdadeiro EU ser visto e conhecido. O risco é de sentirmos medo da solidão e do vazio que poderíamos encontrar ao ficarmos frente a frente com nós mesmos e enfrentar as nossas sombras. Por isso, é mais fácil falar que somos eternos aprendizes e humildes, mas tão difícil nos comportarmos desta forma, pois há uma grande diferença entre professar amor e praticar amor... professar o respeito e praticá-lo... professar o cuidado com o Ego e praticar a humildade. Podemos assim ir notando que a jornada da Vida Plena não é o caminho de menor resistência, mas um caminho de CONSCIÊNCIA e ESCOLHA. Que a gente muda de dentro pra fora e, somente quando tivermos coragem suficiente para explorar a nossa escuridão, descobriremos o poder infinito da sua luz.
Espero não ter patinado na batatinha.
Patinou bem e bonito, Sol. :)
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