Após duas aulas com 60 adolescentes em cada sala, eu chegava em casa com febre. Precisava tomar um banho e deitar na rede para me recuperar.
Não era nervosismo de principiante. A febre me acompanhou durante os dois anos que passei no colégio. E o impacto das aulas na minha saúde física foi um dos motivos que me levou a pedir demissão após o final do segundo ano de trabalho.
Ainda hoje, após as aulas, mesmo as remotas, sinto essa urgência de silêncio e sossego.
Há alguns anos, descobri que isso se devia ao meu caráter introvertido. Extrovertidos ganham energia durante o convívio social. Introvertidos perdem energia e precisam repô-la sozinhos.
Das vezes em que tentei me forçar a mudar, trabalhando mais horas em contato direto com outras pessoas, acabei desenvolvendo depressão. Hoje em dia, procuro respeitar essa minha condição física, mental e emocional, buscando o ponto de equilíbrio entre a interação e o isolamento.
Poxa, nunca iria imaginar que o profe era introvertido. Nesse turbilhão de interação, nesse cuidado tão humanizado, devia ter notado o esforço de uma pessoa que se doa diariamente.
ResponderExcluirObrigada viu?
O esforço é recompensado pela dedicação e carinho dos alunos, Áurea. :)
ExcluirGrato.
Professor, me sinto dessa forma sempre que interajo com muitas pessoas... Não sei se é pela mesma causa... Acho incrível seu esforço e espero que o senhor mantenha esses métodos que lhe fazem bem!!! Usarei eles também, para me adaptar melhor.
ResponderExcluirQue você consiga encontrar o melhor método para você, Arianna. :)
ExcluirÀs vezes me sinto assim também. Com uma estafa mental, com vontade de pedir demissão e descansar por um bom tempo. Mas logo bate a saudade da rotina.
ResponderExcluirNóis sofre mas nóis gosta, né, Paulo Roberto? :)
ExcluirPior que é! Não largo minha profissão de jeito nenhum!
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