quinta-feira, 11 de março de 2021

As primeiras aulas de inferno e céu (CMTP 21)

Minha primeira aula como professor de História com carteira assinada foi na 6ª turma da 8ª série. Uma experiência de céu! Ou era sorte de principiante ou eu levava mesmo jeito para o ensino.

Quando tocou a sineta, encerrei a aula, caminhei até a sala vizinha e entrei na 8ª 7ª. Foi um inferno! O mesmo planejamento, o mesmo professor, aulas completamente diferentes.

Dois dias depois, volto para a segunda aula da semana na 8ª 6ª, esperando um pouco de céu antes de enfrentar a 8ª 7ª. Mas foi um inferno!

Se até a 8ª 6ª foi ruim, o que esperar da 8ª 7ª?

Bem... um céu! O mesmo planejamento, o mesmo professor, aulas completamente diferentes. E não havia como culpar esta ou aquela turma.

Aquelas primeiras lições de inferno e céu em sala de aula me acompanham ainda hoje. Eu planejo as aulas, me preparo para as aulas, mas sei que as aulas têm vida própria: um somatório interativo de muitas pessoas e fatores.

Com o tempo, fui aprendendo o jeitinho do céu. Mas de vez em quando o fogo do inferno vem queimar minhas ilusões de onipotência didática.

4 comentários:

  1. Céu e inferno, inferno e céu. Quem "habita" apenas um ou outro? Estamos, ou melhor, estou ora em um, ora em outro. Até aprender a enxergar o céu onde julgo estar no inferno. Deixando de lado os simbolismos do bem absoluto e do mal absoluto, para mim, ser professor é a consequência lógica para quem cursa uma licenciatura. Mas não o único caminho após. Muita água rolará debaixo da ponte. Outras possibilidades também competem com o ser professor. Escrever, palestrar, desenvolver estudos acadêmicos com fins específicos. Ou tudo isso junto. Mas o que sei de concreto é que quero aprender algo para ensinar algo. Espera aí, isso aí é o que faz um professor! De um jeito ou de outro, serei não mais um professor, mas um professor! Adelante!

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    1. Realmente, Wagner, muitas possibilidades! De infernos, céus, trabalhos...

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  2. Também já vivenciei essa experiência. Cada turma com seu jeito. E o que acho mais interessante é que muitas vezes não criamos expectativas para certas aulas e nos surpreendemos com o resultado positivo. Apesar de que tal situação não é muito comum.

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    1. É, são muitas experiências e muitas emoções, Paulo Roberto. :)

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