— Professora, estou encantado! O que foi que a senhora fez pra conseguir que seus alunos realizassem isso?
A pergunta era de um estudante de Ciências Sociais, na apresentação de um trabalho ao final da disciplina A Arte na História. A aula acontecia a céu aberto, no pátio interno, e o trabalho apresentado era uma exposição de poemas e desenhos dOs internos do pátiO. Em uma parede de dois andares, o desenho de uma grande tenda. No topo, o nome da exposição: Circus.
Luiza respondeu rapidamente, mas aqueles dois segundos duraram bem mais em minha imaginação porque me enchi de expectativa diante da possível resposta. Luiza revelaria algum método infalível para dar boas aulas e encantar is alunis? Eu era todo atenção.
Ela, uma grande oradora, capaz de falar por horas com desenvoltura, respondeu com seis palavras simples:
— Meu único mérito foi não atrapalhar.
E ainda hoje, vinte e oito anos depois, preciso me controlar para não atrapalhar mis alunis.
Eu adorei! Acho que devo aprender a reconhecer a minha própria ignorância para não atrapalhar os outros também.
ResponderExcluirTaí uma boa dica para desatrapalhar os outros, Beto: reconhecer a própria ignorância. :)
ExcluirQuerido didaticário,
ResponderExcluirSim, vam' parar de atrapalhar e deixar o povo correr mais frouxo, no popular "let it loose".
Informação demais também atrapalha.
Sabe quando a pessoa quer tanto que algo dê certo que acaba fazendo tudo pelo outro e o outro fica tipo ?????????
Pois é. eu queria tanto que meus projetos na escola dessem certo que não permitia erros e para que isso não acontecesse eu estava onipresente que nem o próprio Deus em todos os cantos dos eventos. em todas as discussões e reuniões a palavra era minha para que não houvesse erro.
Um belo dia um professor atrevidíssimo respondeu ao meu pedido de ajuda:
Tu não és a danada? Faz só.
E eu entendi que não só fazia isso com meus companheiros de labuta, mas tb com meus alunos.
Me toquei que na ânsia de fazer perfeito, fazia sozinha e os outros só observavam passivos e tranquilos.
Deixar o povo trabalhar por si depois de acostumados a apenas observar, dá um trabalhão.
Bela experiência, Katia! :)
ExcluirÉ sempre desafiador esse equilíbrio entre fazer algo para que a coisa possa andar e não fazer muito para que as pessoas também possam se sentir criadoras.