Dize-me como avalias e eu te direi que tipo de professori és.
Quando se fala em avaliação educacional, estudantes logo pensam em provas e notas. Não é culpa deles. Como pensariam de outra forma se é a isso que nós, professoris, geralmente reduzimos a avaliação?
Volto a lembrar da Luiza de Teodoro, que sempre foi uma inspiração pra mim também nesse aspecto.
Nas minhas aulas, no 1º grau e também na universidade, as avaliações sempre foram muito mais pausas para pensar sobre cada um, do que essa coisa simplesmente de dar nota. Por exemplo, no 1° grau, dava nota a tudo, já que tinha que dar a nota. Era uma maneira de desmoralizar e ao mesmo tempo moralizar a nota.
Desmoralizar e moralizar a nota. Lindeza típica da Luiza: pela ideia, pela formulação e, principalmente, pela prática efetiva.
Na universidade, Luiza pedia um único trabalho ao final do semestre. Não lembro dela fazer exigência: escreva o que quiser relacionado ao assunto. Na disciplina de História Moderna, escrevi um texto fictício sobre a morte do enciclopedista Diderot. Foi um dos poucos 10,0 do meu histórico. Is professoris dos semestres seguintes receberiam textos igualmente criativos, mas nem todos foram tão bem acolhidos.
Luiza dava valor ao que estudantes faziam. O que fazíamos valia. Bem que poderíamos pensar mais nisso quando falamos em avaliação.
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Em minhas aulas presenciais, minha maneira de dar nota a tudo, era pedir tarefas para a aula seguinte, cada uma valendo de meio ponto a três pontos. Algumas tarefas tão simples quanto trazer impressa uma ficha de observação que usaríamos ao final da aula. E algumas tão complexas quanto escrever um memorial de suas experiências de aprendizagem.
Nas aulas remotas, minha maneira de escreva o que quiser relacionado ao assunto é solicitar uma autoavaliação ao final do semestre, em que os estudantes refletem a respeito dos aprendizados dos últimos meses.
Como será quando voltarmos às aulas presenciais ou híbridas?
Acho que essa lição eu vou levar pro resto da vida.
ResponderExcluirOba! Mais um para levar essa lição comigo. :)
ExcluirQuerido didaticário,
ResponderExcluirHá quanto tpo! O trabalho não me deixou voltar aqui pra te ler. Antes desta postagem eu tinha escrito um babado tão massa que tentar reproduzi-lo só me levaria à frustração.
Mas vamos à Luiza e sua avaliação. Errada, não tá mesmo!
isso de seguir as regras nunca foi comigo. Na profissão então, nada ortodoxa. Isso de rezar o terço direitinho nunca deu certo comigo (eu pulava o credo pq eu não cria).
Enfim, esses meninos são tão loucos e maravilhosos ao mesmo tempo, a gente nem os conhece e pensa que os conhece. Avaliar pelas regras não seria mais que julgar. Como se julga o que não se conhece?
Deixa eles escreverem o que vier. A gente se surpreende até com os caladões que tem tanto a dizer numa redação.
Avaliar sem julgar, essa é a meta da geração de professores que um dia eu queria ver
É isso mesmo, Katia. Avaliar não para julgar, mas para conhecer. :)
ExcluirSomos mais que notas no fim de cada semestre. Salve Luiza!
ResponderExcluirSalve! :)
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