No dia 22 de abril, estava ansiosa e me preparando para o primeiro dia de estágio na escola, procurando qual ônibus iria subir, qual iria voltar, o almoço que iria comer no caminho e etc. No entanto, meus planos foram frustrados devido aos rumores de uma paralisação nacional dos professores e confesso, até fiquei um pouco aliviada porque essa semana estava sendo muito cansativa pra mim.
E no dia 23, o professor Eduardo nos confirmou realmente a suspensão das aulas, mas nos propôs uma atividade que dialogava diretamente com o contexto vivido pelos educadores naquele momento.
Iniciamos a aula discutindo um cartaz compartilhado pelo colega Levy no grupo da turma. Um dos trechos que mais chamou atenção foi a frase: "+ Freire, - Lemann". Frase essa que carrega uma crítica à influência do empresário Jorge Paulo Lemann sobre a educação pública, enxergando-o como mercadoria, em contraste com a visão pedagógica de Paulo Freire, que defende uma educação libertadora, crítica e voltada para a transformação social. Confesso que não sabia quem era Lemann nem compreendia totalmente o sentido da frase, mas me senti acolhida ao perceber que não estava sozinha nessa dúvida — e foi muito rico aprender sobre isso em grupo.
Também assistimos a um trecho do vídeo Projeto Âncora – Destino: Educação, Escolas Inovadoras, que apresenta uma proposta pedagógica baseada na autonomia dos alunos, na escuta ativa e em uma relação horizontal entre educadores e estudantes. A experiência do Projeto Âncora trouxe inspiração e abriu espaço para refletirmos sobre outras formas possíveis de se fazer educação.
Ao final, fomos convidados a escrever uma carta ao prefeito Evandro Leitão com o tema: "A escola que sonhamos". Foi uma proposta que me fez refletir sobre a escola que eu sonhava quando era criança, a escola que sonho hoje como futura professora, e a escola que desejo para os meus futuros alunos. Talvez eu nunca tivesse parado para pensar tão profundamente sobre isso. Às vezes, sonhar parece algo utópico, especialmente quando depende de políticas públicas e da atuação do Estado. No entanto, acredito que quem escolhe estar na educação precisa cultivar a esperança e nunca deixar de acreditar na possibilidade de uma infância justa, feliz e transformadora.
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