Queridos colegas e professor Eduardo,
Escolhi começar meu primeiro relato em formato de carta porque, sendo bem sincera com vocês, entre todos os modelos que o professor sugeriu, esse foi o que me deixou mais à vontade. É, honestamente, o formato com o qual me sinto menos insegura. Para quem ainda não me conhece (basicamente todos), preciso dizer que, quando se trata de me desafiar e experimentar coisas novas, sou bastante tímida e insegura. Mas prometo me esforçar, até porque esse será meu último estágio no curso de Pedagogia, e eu realmente espero encerrá-lo em grande estilo. Feita essa explicação, agora vou relatar a minha quase-ida à escola. Passei a semana inteira me preparando mentalmente para conhecer a nova escola, as crianças, e conseguir me apresentar a todos sem gaguejar. Assim como muitos de vocês, acredito, eu estava bastante ansiosa e nervosa com esse primeiro dia. No entanto, ele acabou sendo adiado por conta de uma luta extremamente válida dos professores. Num primeiro momento, confesso que me senti aliviada, pois ainda estava muito nervosa com o início das atividades. Ter mais uma semana para respirar e me preparar melhor pareceu um presente. Mas, agora, escrevendo esta carta, fico um pouco triste por não estar relatando como foi, de fato, meu primeiro dia na escola. Apesar disso, o dia em que não pudemos ir à escola foi, para mim, bastante proveitoso. Infelizmente, não consegui acompanhar a aula inteira por problemas com a internet, mas o pouco que consegui participar me encantou. Fiquei especialmente tocada ao ouvir as cartas que meus colegas escreveram para o prefeito Evandro. Com o professor Eduardo, eu me sinto bastante à vontade para ser sincera — e, sendo bem honesta, quando soube que a aula seria online, logo me veio à cabeça todas aquelas aulas remotas que participei durante a pandemia, que pareciam um tédio sem fim e nas quais eu mal conseguia me concentrar. Mas essa aula foi diferente. Apesar dos imprevistos que me impediram de estar presente o tempo todo, o momento em que consegui participar foi especial. Ouvir meus colegas lendo suas cartas foi simplesmente lindo. Eu amei.
Um beijo,
Hanna Caroline
Prefeito Evandro,
Me chamo Hanna Caroline, sou estudante de Pedagogia e estou atualmente iniciando meu último estágio no curso. Escrevo esta carta com o coração cheio de sonhos, expectativas e, principalmente, com um profundo desejo de transformação. Ao longo de toda a minha vida, estudei em escolas públicas. Foram nesses espaços que vivi grande parte da minha formação — como aluna, como pessoa e, agora, como futura professora.Sempre acreditei na educação como um caminho real de mudança, e é por isso que, ao me formar, quero continuar nas escolas públicas, contribuindo com o que puder para que elas sejam cada vez mais humanas, acolhedoras e de qualidade. Quero estar ao lado de crianças e adolescentes, ajudando-os a sonhar, assim como um dia sonharam comigo.No entanto, é impossível falar de sonhos sem falar de realidade. E a realidade das escolas públicas, como o senhor bem sabe, ainda exige muito da gestão pública. É por isso que escrevo: para pedir, com todo o respeito e esperança, por escolas mais dignas — tanto para os alunos quanto para os profissionais da educação. Escolas com estrutura adequada, com materiais pedagógicos, com espaços seguros e inspiradores. Escolas em que professores possam exercer seu trabalho com reconhecimento e condições reais de ensino. E escolas em que os estudantes possam se ver como sujeitos potentes, capazes de conquistar o mundo.Como futura professora da rede pública, meu desejo é que cada criança que eu venha a acolher em sala de aula possa sentir orgulho da escola em que está. Sei que isso depende de muitos fatores, mas também sei que depende de decisões políticas, de prioridades, de investimento e de escuta.Acredito no poder do diálogo e da educação como base de uma sociedade mais justa. Por isso, agradeço desde já por dedicar um tempo à leitura desta carta e por considerar o olhar de quem vive, aprende e quer seguir contribuindo com a escola pública.
Com respeito e esperança,
Hanna Caroline
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