segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Psicologia da Pedagogia I (CMTP 12)

Como toda paixão, a relação com a licenciatura foi de amor e decepções.

A primeira disciplina pedagógica que fiz foi Psicologia da Educação I. O professor criticava o estímulo-resposta-reforço do behaviorismo e defendia o construtivismo. Só por curiosidade, falei:

— Professor, e se eu fizer um trabalho excelente defendendo o behaviorismo, o senhor me dá um 10?

— Não!

No dia da prova escrita, para eu não ficar curioso a respeito das respostas de algum colega, ou vice-versa, o professor mandou eu me sentar numa carteira quase encostada no quadro verde. Bem construtivista!

Aprendi rapidinho a primeira lição da Psicologia da Pedagogia: uma coisa é o falatório, outra é a prática. 

Para não jogar fora as belas teorias junto com a água suja do ensino, assumi como missão pedagógica de minha vida como professor transformar o blá-blá-blá em didática.

"No  momento  em  que  descubro  a  incoerência  entre  o  que  digo  e  o  que  faço  –  discurso   progressista,   prática   autoritária   –   [...] apreendo a ambiguidade em que me acho, sinto não poder continuar assim e busco uma saída. Desta forma, uma nova opção se impõe a mim. Ou mudo o discurso progressista por  um  discurso  coerente  com  a  minha  prática  reacionária  ou  mudo  minha  prática  por  uma  democrática,  adequando-a  ao  discurso  progressista."

Assim como Paulo Freire, sigo pelejando por essa trabalhosa coerência.

Num próximo didaticário, contarei como foi a decepção em Psicologia da Educação II.

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