Decidi ser professor numa segunda-feira.
Na véspera, vi na TV um pedaço de filme que não entendi. Na aula da Luiza, coincidentemente, ela comentou o filme.
Em plena aula de História Moderna (que vai de 1453 a 1789), Luiza tratou de Jornada nas Estrelas, uma ficção científica que acontecia para além do século 22. Afinal, a expansão marítima do século 15 tem tudo a ver com a conquista espacial que se dará no futuro.
E eu pensei:
— Quero ser professor e fazer isso com outras pessoas.
Mudei imediatamente do bacharelado para a licenciatura.
Nunca descobri exatamente o que é fazer isso: analisar filmes, explicar coisas, ligar assuntos desconexos, abrir horizontes, misturar tempos?
Mas sempre que um estudante fica com aquela cara de personagem de revista em quadrinhos com uma lâmpada piscando na cabeça, sinto que estou fazendo isso.
Como professor de Didática há seis anos, penso assim:
— Quero fazer isso com outras pessoas para que elas queiram ser professoras e fazer isso com outras pessoas.
Meu objetivo é atingir um único estudante por turma. Como eu não sei qual estudante viu o filme na véspera, faço isso como todos eles. Até poder dizer:
— Consegui de novo, Luiza.
Meu colega da História que se aventura na Pedagogia! Também me vislumbrei com a História ao analisar seu papel em nosso cotidiano. Achava bonito quando em qualquer tipo de programa a história se fazia presente. E é muito interessante seu objetivo:atingir pelo menos um aluno. É um senso de razoabilidade que permite ao professor não se tornar frustado quando os resultados parecerem infrutíferos.
ResponderExcluirNunca tinha pensado por esse lado, Paulo Roberto, mas é isso mesmo. :) Grato.
ExcluirBom dia profe. São essas histórias que fazem a gente respirar, em pleno recesso de aulas presenciais, sob ameaças de ter o salário novamente reduzido, pensando como estará a paciência dos pais, para assistirem novamente as "lives"; lembrar os rostinhos dos meus pupilos descobrindo que eu envolvi seus nomes em problemas matemáticos mirabolantes...
ResponderExcluirMirabolâncias rendem as melhores histórias. :)
ExcluirEu sempre quis fazer isso, mistura assuntos com tantas outras coisas. Infelizmente quando tento fazer isso as pessoas não me dão muitos ouvidos, então passei a escrever. Escrevo pra me fazer ouvir e dizer o que quero! Lá eu misturo tudo.
ResponderExcluirQue bom que você mesmo se dá ouvidos por meio da escrita, Beto. :)
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