Quando estou fazendo o que gosto, críticas são um verdadeiro tesouro de autoconhecimento.
Na época em que eu escrevia resenhas para um jornal, um crítico literário comentou que minha escrita tinha muitas idiossincrasias. Eu tive que procurar no dicionário: "particularidade comportamental", "conduta incomum ou extravagante". Não me irritei. Fiquei agradecido ao crítico por ter tomado consciência de algo tão fundamental à minha escrita.
Uns poucos anos depois, na minha primeira experiência como professor, pedi a mis alunis de 8ª série que listassem os tipos de professores que conheciam. Fizeram uma lista impressionante e fui chamado, entre outras coisas, de "professor palhaço". Tomei consciência da alegria que eu, um sujeito de maneira geral tristonho, levava para a minha sala de aula.
Muitos anos depois, já como professor de Didática, uma aluna incomodada com minha metodologia lúdica disse:
— Isso não é uma aula, é um clube social.
E eu percebi, claramente, como a criação de vínculos entre estudantes havia se tornado um elemento essencial de minha didática.
Ontem uma aluna, sentindo-se um tanto perdida com a metodologia mais self service da disciplina a distância, falou:
— Todo dia é um mergulho.
E me dei conta de que é exatamente isso que procuro proporcionar a mis alunis. Um mergulho diário. Uma imersão em outra realidade. Um banho de novas ideias. Um batismo didático.
Sem essas e outras críticas, eu seria uma pessoa e um professor muito menos consciente daquilo que faço. Graças a elas, me descobri e me sinto bem como idiossincrático, palhaço, gerente de clube social e instrutor de mergulho.
Eu, não tenho ideia do porquê, carrego na minha escrita uma amargo que, quase sempre, se transforma em crítica. As faço com frequência, e particularmente adoro fazer isso. Só que quando elas são direcionadas a mim a história é diferente, quase nunca lido bem com uma boa crítica. Espero um dias ser como senhor professor: alguém que sabe o valor de uma boa crítica.
ResponderExcluirÉ um aprendizado constante, Beto. :) Com algumas críticas, ainda não lido bem. Sigamos melhorando, pouco a pouco.
ExcluirQuerido didaticário,
ResponderExcluirAs críticas são ótimas, concordo com todas.
Não sei se é pq estamos em um ambiente virtual e eu me distraio com facilidade, mas quase sempre não faço ideia do que tu queres.na verdade, em 90% do tempo eu faço aquela cara de meme daquela menininha loirinha que nada entende. aquela menina sou eu nas tuas aulas.
Na verdade, eu e a didática nunca nos demos bem, na outra faculdade, no curso uó que eu fiz, passei raspando. Aqui também acho que não será diferente.
Mas curto te ler, te comentar. Essa parte eu entendo(os 10%).
E se tu se desse dih boas com todas as críticas, seria um santo e não um mortal que escreve no blog.
eu não sou boa com críticas. Quando as recebo, tem um diabim atrás da minha orelha direita que quer botar toda a culpa da crítica em quem a fez com "n" argumentos improváveis.
Mas ai o anjinho atrás da minha cabeça bate com o martelo no diabim e em mim também e eu aceito caladinha com um lindo e doce: "ok"
Levo a crítica pra casa, penso, repenso e repasso. Prometo a mim mesma não mais errar. Eu sempre erro.
🤔mais ou menos a cara da menininha. Pena que eu n sei colocar foto aqui
ExcluirKatia, se você não sabe o que eu quero é porque eu quero que você saiba aquilo que você quer. :)
ResponderExcluirMas eu sei o que eu quero, querido didaticário.
ResponderExcluirQue bom, Katia. :)
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