As aulas remotas tiraram um doce da minha boca de criança presencial: decorar, guardar de coração, o nome de cada aluni.
Eu começava pelos que chegavam antes da aula. Já ia perguntando o nome e memorizando. Na roda de sentimentos, todos de pé no meio da sala, o desafio de aprender o nome de quem chegava atrasadi sem esquecer os anteriores. Durante a aula, testava a memória várias vezes, falando alto ou mentalmente o nome de quem eu via. Do meio para o final, preenchia a frequência só de memória.
No final da aula, tirávamos uma foto todis juntis, que eu estudava durante a semana, dia após dia, para não esquecer o nome de ninguém.
A cada turma, o processo se repetia e se complicava. Nomes iguais e rostos parecidos entre as turmas. E a quantidade aumentava: quarenta, oitenta, cento e vinte pessoas.
Na segunda aula, além dis alunis que faltaram à primeira, havia também aquelis que mudavam de lugar na sala ou então que vinham com um penteado diferente. A memória precisava se reorganizar para caber mais gente e mais variações de estilo.
E eu amava esse trabalho todo.
Como seria começar o semestre nas aulas remotas? Como decorar o nome de alunis que chegam num grupo de WhatsApp para uma aula por texto?
Para piorar, quando fui duplicar cada turma para criar grupos que só funcionariam durante o horário das aulas, o WhatsApp adicionou todis is alunis como meus contatos, só que com números de telefone no lugar dos nomes.
Eu teria que mandar mensagem para cada aluni, perguntando seu nome e alterando o contato. Uma aluna, a Sol, até tentou me auxiliar, pesquisando uma maneira automática de trocar os números pelos nomes.
Mas peraí!
Era justamente isso que eu precisava. Uma oportunidade de ter um primeiro contato com cada aluni e associar seu nome ao seu rosto. Se era aquele trabalho todo que eu amava, que eu ame agora este trabalho todo que se ofereceu para mim.
Sinto novamente um gosto doce na boca.
Há males que vem para o bem, não é mesmo?
ResponderExcluirBoa tarde e que tenhamos uma ótima aula tbm!!
Até escrevi esse ditado, Ádina, mas cortei na edição final. :)
ExcluirÉ exatamente isso mesmo!
Eduardo, me surpreendo a cada leitura que faço de ti Professor. Fiquei emocionada porque você já me conhece pelo apelido. Sol. Te dou mais um desafio. Descobri uma forma de deixar meus comentários registrado com o meu nome rss. E é incrível como o universo conspira para o nosso bem não eh? Sem saber da história que você escreveu aqui, fiquei horas pensando sobre esse assunto de como você ia resolver a história dos nomes no lugar dos números pesquisei, como você falou, e fiquei pensando, se eu não posso fazer nada com relação a isso, eu vou me apresentar de uma forma diferente postei no seu privado minha foto, disse quem eu era para você se lembrar de mim, disse meu nome e meu nick name e sai falando, falando, falando, porque eu sou assim pessoalmente e aí quando eu chego aqui a gente tava pensando exatamente a mesma coisa das histórias da sua sala de aula e aí que aconteceu? Você postou um pensamento meu que eu já tinha reproduzido no teu privado. Que loucura. Acho essa ideia de superação diaria! Adorei o POST.
ResponderExcluirGrato, Sol, por toda a sua disponibilidade. Acabamos aprendendo todos com o episódio. :)
ResponderExcluirQuerido didaticário.
ResponderExcluirAquelas coisa né?
Nem sempre dá p decorar o nome de todos, não sei como a Sara consegue.
Eu só consigo decorar os destaques; por isso quando me destaco ps professores passam a saber meu nome, para meu bem ou mal.
Eu acho uma parada mto louca e admiro o professor que sabe o nome dos alunos decorado. Nunca nenhum professor esqueceu meu nome pq eu n sei me calar. Isso é bom e ruim, mas a gente administra aos poucos.
Na minha turma de estágio fiz a galera do fundamental 1 sentar nas.mesmas carteiras e dei um crachá p colorirem na primeira aula
Eles amaram ter o q colorir.
Deu certo.por um tempo
Cada professora se vira como pode, Katia. :)
ResponderExcluirColorir é sempre uma boa ideia.