domingo, 20 de dezembro de 2020

O prazer de planejar

Lendo os comentários ao didaticário de ontem, achei que o Beto achou que eu achava que fazer planejamento é chato.

Sim, preencher planos de aula ou de ensino em seus modelos burocráticos é tão chato quanto possível. Mas se resume a isso toda a chatice relacionada ao planejamento. Planejar é a atividade mais prazerosa que realizo como professor, superando inclusive as boas aulas do dia a dia e só perdendo para as aulas maravilhosas que acontecem de vez em quando.

Comparo o planejamento didático a uma refeição de self service. Tenho à disposição dezenas e dezenas de opções das mais variadas cores e sabores. Posso fazer qualquer combinação, em qualquer ordem. Naqueles momentos em que estou observando as possibilidades, é como se eu degustasse cada coisa. Antes mesmo de pegar o prato para me servir, sinto a saciedade de quem comeu tudo que gostaria sem engordar um grama.

Pego a fila, preencho meu prato, faço a pesagem e sento para comer. Essa é a aula. Fico contente por ter comido aquilo que escolhi. Mas não se compara a tudo que saboreei durante o planejamento.

Que não fique dúvida, Beto. A parte chata do planejamento é como uma espinha de peixe que fica no prato. É como palitar os dentes. É como passar no caixa para pagar a conta. Tirando isso, planejar é o prazer da criação em toda a sua plenitude. E bon appétit!

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